Enfim, virei-me e continuei andando pela praça, como sempre fazia. Não percebi sua ausência durante certo tempo, até perguntar-me onde você estaria. Foi então nessa hora que te vi, caminhando um tanto quanto longe de mim, com aquele sorriso encantador que ainda tenho sob meus olhos e, pra minha surpresa, com aquele urso gigante que eu tinha olhado minutos atrás. Nunca fui de abrir-me e demonstrar minhas emoções, mas, naquele momento, não conseguia respirar de tão feliz e surpresa que estava. Não era pelo presente, era pela surpresa e, principalmente, por quem tinha me dado.
Fui correndo, corri como quem tem vontade de agarrar o mundo. Então, agarrei você - e o urso, claro -, meu mundo. O mundo que eu tinha envolto aos meus braços, perto de mim. E, sem perceber, vi-me chorando. Chorando de felicidade, de alegria radiante. Era pequena demais pra entender o que aquilo tudo significava. Anos depois, recordando-me de um dos mais belos momentos da minha vida, me dei conta de que eu chorava por ter descoberto não só que eu sempre te amei, mas que eu descobri o que era amar e, mais que isso, o que era sentir o amor e deixá-lo tomar conta de você de uma forma saudável.
Assustaram-se comigo na época, nunca fui disso. Mas você viu que aquelas lágrimas que caíam não eram apenas pelo urso que eu tanto tinha gostado, eram por alegria, felicidade, gratidão e por você. Por você ter existido e ensinado uma das virtudes mais belas que em mim existem hoje: o poder de amar. O poder de sentir, por si só, a força do amor.
E sempre que isso fica esquecido dentro de mim, recordo-me de você e tudo aquilo que você me ensinou a ser. E o que eu sou. E o que, graças à você, virei ainda mais a ser.
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